Botox pode ser útil para tratar incontinência urinária

terça-feira, março 16, 2010

Inibidor muscular tem menos efeitos secundários

Incontinência é mais frequente nas mulheres
Incontinência é mais frequente nas mulheres
A toxina botulinica (botox) não serve apenas para a cirurgia estética. A sua capacidade de eliminar nervos pode ter outras aplicações.

Uma destas, analisada no Hospital de paraplégicos de Toledo em Espanha, é o seu uso para tratar a incontinência associada a lesões medulares.

A Associação Espanhola de Urologia vai compilar os dados que avaliem esta utilização, avançou o jornal espanhol El País.

A nova utilização do botox foi apresentada na 18º Reunião do Grupo de Urologia Funcional, Feminina e Urodinâmica realizada em Toledo.

“A toxina é um fármaco que inibe a contracção do músculo. Existe um tipo de incontinência que se produz porque há uma contracção involuntária do músculo da bexiga. Até agora, para estes casos usavam-se medicamentos anticolinérgicos, mas estes fármacos têm alguns efeitos secundários como a secura da boca ou a visão turva, e alguns pacientes não os toleram bem. Agora contamos com esta opção, que se administra através de uma injecção, mas com menos efeitos secundários”, explica Miguel Virseda, médico adjunto do Serviço de Urologia do Hospital Nacional de Paraplégicos de Toledo.

Corria o ano de 1977 quando a toxina botulinica foi utilizada pela primeira vez numa aplicação médica − como tratamento corrector do estrabismo.

Desde então, o seu uso estendeu-se não apenas ao âmbito médico mas também a outras áreas paramédicas, como a estética.

Em medicina, a neurologia é uma das especialidades onde o botox demonstra melhores benefícios terapêuticos, sobretudo em certas doenças caracterizadas por movimentos involuntários (distonias).

Hospital de Toledo é pioneiro a estudar aplicação
Hospital de Toledo é pioneiro a estudar aplicação
No âmbito da Urologia, o hospital espanhol, tem sido pioneiro em utilizar a toxina em doentes com incontinência secundária a lesões medulares. “Alem da perda de urina, os pacientes têm outras alterações na bexiga que podem inclusive produzir problemas renais. Por isto mesmo, um dos objectivos de administrar esta terapia é paralisar a bexiga”, explicou Virseda.

Neste momento tenta-se reunir a maior quantidade de dados possíveis que sirvam de base científica para que este medicamento tenha indicação de tratar a incontinência urinária nos pacientes com lesões de medula.

Fonte: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=40692&op=all#cont

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