Substituição de osso através de derretimento a laser

sábado, junho 19, 2010

Estudo da Universidade de Aachen, Alemanha



Implantes substituirão falhas faciais, como ossos dos maxilares e  do crânio
Implantes substituirão falhas faciais, como ossos dos maxilares e do crânio

Em emergências médicas, uma perfuração no crânio é comummente tratada com implantes. Enquanto que as substituições de titânio mal conseguiam ser introduzidas na cavidade aberta, o novo tipo de implante degradável estimula o corpo e regenera-se automaticamente: encaixa perfeitamente e desaparece à mesma extensão que o osso cresce. A recente intervenção foi desenvolvida por uma equipa do Centro Médico da Universidade de Aachen, na Alemanha.

O nosso organismo consegue curar pequenas fracturas ósseas – mas com ferimentos maiores, é necessário alguma intervenção, como o uso de implantes, por exemplo. Em contraste, soluções a longo termo baseadas em implantes de titânio degradáveis estão prestes a substituir as peças que faltam no osso até que a fissura se feche. A sutura poderá demorar meses, ou mesmo anos, dependendo do tamanho do defeito, da idade e da saúde do paciente.

A novidade intensifica o processo de cura e emerge do projecto «Resobone» – uma iniciativa do ministério federal para a educação e investigação – e cada implante será adequado ao visado. Contrariamente aos ossos convencionais substituídos, este não é feito de massa e é poroso. Pequenos canais permeáveis, no implante, penetram alguns cem micrómetros. “Esta precisão encaixa perfeitamente na estrutura porosa, combinada com um novo biometerial, permite uma reconstrução total do osso que até aqui era impossível de realizar”, segundo disse Ralf Smeets, da University Medical Center of Aachen.

O canal poroso cria uma estrutura de treliça para onde a superfície óssea adjacente pode crescer. A estrutura base é constituída por poliláctico sintético, ou PLA (ácido poliláctico). A estrutura granulada de fosfato de tricálcio (TPC) armazenada assegura rigidez e estimula o processo natural de cura. O TCP e PLA já provaram ser degradáveis.

O organismo consegue catabolizar ambas as substâncias, tão rapidamente quanto o crescimento natural da estrutura óssea. Contudo, este material apenas poderá ser aplicado em locais não sujeitos a condições severas: substituirão falhas faciais, como ossos dos maxilares e cranianos. Actualmente, já corrigem fissuras de até 25 centímetros quadrados.

Estrutura degradável

A sua única estrutura é feita através de um processo industrial desenvolvido no Instituto de Fraunhofer for Laser Tecnologia ILT, em Aachen, para a criação de protótipos industriais. Um raio laser fino derrete cada camada pulverizada do material em estruturas que podem ser tão delicadas como 80 a 100 micrómetros.

A tomografia do paciente serve de modelo para o implante preciso. O processo é coordenado em sequências com bastante precisão para que o osso defeituoso possa ser produzido em poucas horas, e uma grande porção craniana, por exemplo, poderá ser feita durante uma noite.

Para além da rapidez, o processo tem reduzido substancialmente o número de cirurgias. Os médicos já não usam o osso pélvico do próprio paciente para fazer um implante. Ainda permite a realização de inúmeras operações complementares em crianças que não precisarão de para trocar de implantes a longo prazo, durante o crescimento. “Realizamos nossa meta: uma corrente fechada de produção de implantes ósseos individuais construídos com materiais degradáveis”, concluiu Höges.

Fonte:http://www.cienciahoje.pt/

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