Proposta para novo e maior acelerador de partículas

quinta-feira, julho 29, 2010

Conferência de Física de Alta Energia reúne mais de mil físicos em Paris


Recentes resultados do LHC são encorajadores.
Recentes resultados do LHC são encorajadores.
Os investigadores ligados ao projeto do maior acelerador de partículas (LHC – Large Hadron Collider), até agora construído, defendem a criação de uma nova máquina de dimensões ainda mais impressionantes, com ajuda de parcerias internacionais.


A nova proposta dos cientistas é criar uma geração de aceleradores lineares, que disparem as partículas em linha recta. E dependendo de quem o quiser abrigar, este poderá ser construído em qualquer parte do mundo – entretanto, o Japão, Rússia, Estados Unidos e Suíça são possíveis candidatos.

Contudo, já há investigadores da China, Índia, Canadá e de outros países a tomar parte no projeto, segundo afirmou Barry Barish, director de um dos novos modelos propostos. Numa reunião em Paris, que termina amanhã e onde estiveram mais de mil físicos, falou-se de resultados encorajadores sobre os mais recentes resultados do LHC e discutiu-se igualmente os preparativos do seu sucessor, na Conferência de Física de Alta Energia.

Falou-se também uma máquina menor, o Tevatron, administrada pelo Fermilab, na região de Chicago. Ambos são altamente complexos e que precisaram de anos para ficarem concluídos. Rolf Heuer, chefe do Cern, organização europeia responsável pelo LHC, mostrou-se satisfeito com o que foi descoberto até agora no LHC. Apesar disso, defendeu que um novo colisador linear será necessário. É a "interação e a combinação de resultados" entre os dois diferentes tipos de aceleradores que permite o avanço da física de partículas.

Os planos para o próximo passo incluem um túnel de 50 quilómetros, o Colisador Linear Internacional (ILC), e o Colisador Linear Compacto, ou Clic, que ainda não tem preço estimado. A escolha entre os modelos dependerá dos resultados do LHC.

Descoberta molécula com forma de bola de futebol

sábado, julho 24, 2010

Fulerenos, descobertos pelo Nobel da Física de 1996, foram identificados a 6500 anos-luz

Molécula com 60 a 70 átomos de carbono encontrada no espaço (Crédito: NASA)
Molécula com 60 a 70 átomos de carbono encontrada no espaço (Crédito: NASA)

Um grupo de astrônomos detectou as maiores moléculas já encontradas no espaço numa nuvem de poeira cósmica ao redor de uma estrela. As moléculas, descobertas em laboratório há apenas 25 anos, são fulerenos e consistem em 60 ou 70 átomos de carbono organizador na forma de uma esfera, alternando hexágonos e pentágonos, o que nos remete a uma imagem semelhante à das bolas de futebol.

Como se trata de uma molécula estável, esperava-se encontrá-la em estrelas desenvolvidas e ricas em carbono. O elemento forneceria a matéria-prima da molécula e a estabilidade impediria que a mesma se quebrasse através da radiação interestelar.

Apesar da grande expectativa, ainda não tinham sido encontrados fulerenos no espaço. Foi através do Spitzer, o telescópio de infravermelhos da NASA, que o grupo de cientistas, liderado por Jan Cami, da Universidade de Wester Ontário, detectou e identificou esta molécula, segundo o artigo publicado na Science.

Harry Kroto, Nobel da Física em 1996 pela descoberta dos fulerenos, assiná-la: “Este avanço entusiasmante fornece provas convincentes que os fulerenos, como sempre suspeitei, existiram desde tempos imemoráveis nos recantos escuros da nossa galáxia”.

O sinal, que permitiu identificar esta curiosa molécula, foi originário de uma estrela de Ara, no hemisfério celestial sul, a 6500 anos-luz de distância da Terra.

Gel vaginal reduz risco de contágio da SIDA

quarta-feira, julho 21, 2010

Incidência do VIH diminuiu em 54 por cento entre as mulheres que participaram no estudo



Um gel vaginal que contém uma pequena percentagem do antiretroviral Tenofovir pode reduzir em 54 por cento o risco de contaminação com o vírus da SIDA entre mulheres com parceiros infectados, revela um estudo publicado na revista Science e divulgado no congresso internacional sobre esta doença, que decorre em Viena até sexta-feira.

A investigação, iniciada em Fevereiro de 2007 por uma equipa de investigadores sul-africanos, pretende aferir a eficácia de um gel vaginal contendo um por cento de Tenofovir enquanto método de prevenção de contágio com o VIH em mulheres com parceiros sexuais seropositivos. Foram envolvidas no estudo 898 mulheres sul-africanas seronegativas entre os 18 e os 40 anos, tendo 445 delas experimentado o gel com antiretroviral 12 horas antes da relação sexual.

Os resultados revelaram que a incidência do VIH diminuiu em 54 por cento entre as mulheres que usaram escrupulosamente, durante um ano, o gel microbicida, o que faz os autores acreditarem que este gel pode ser "importante na prevenção" da infecção com o vírus da SIDA, especialmente entre as mulheres com parceiros sexuais que se recusam a usar preservativos ou sejam poligâmicos.

Contactada pela agência Lusa, a médica Maria José Campos sustentou que o gel microbicida pode ser um método de prevenção "eficaz", atendendo a que, pela primeira vez, foi testado com sucesso com um medicamento ativo contra o VIH. Contudo, ressalvou, terão de ser feitos mais testes para se comprovarem os resultados, antes de ser feito o pedido de comercialização.

Fonte: Ciência Hoje

Vacinas sem seringas

terça-feira, julho 20, 2010

Adesivo biodegradável poderá substituir método tradicional de vacinação


Investigadores americanos estão a desenvolver uma vacina em forma de adesivo que poderá substituir as seringas tradicionais, revela um estudo publicado na revista científica Nature Medicine.

O adesivo é composto por uma centena de agulhas microscópicas de 0,65 milímetros de comprimento que dissolvem quando entram em contacto com a pele, possibilitando também a auto-vacinação.

Desenvolvido pela Emory University e pelo centro científico Georgia Institute of Technology, este novo material foi testado em ratos e revelou-se até mesmo mais eficaz na imunização contra doenças como gripe do que as seringas. Os animais que receberam a vacina anti-gripe através dos adesivos desenvolveram um sistema imunitário mais resistente do que os que receberam a vacina pelo método tradicional.

Esta nova tecnologia permite também a aplicação de vacinas em larga escala durante pandemias ou em situações de calamidade, uma vez que não necessita de ser administrada por um especialista.

Outra vantagem tem a ver com o fato de “não sobrarem agulhas perigosas no processo" de vacinação, refere Richard Compans, da Emory University e co-autor do artigo, acrescentando que pretendem fazer alguns testes em humanos nos próximos tempos.

Fonte: Ciência Hoje

Vacina universal contra vírus da gripe

segunda-feira, julho 19, 2010

Início da vacinação previsto para 2013...

Vacina mostrou-se eficaz em vários subtipos do vírus
Vacina mostrou-se eficaz em vários subtipos do vírus
Uma equipa internacional de cientistas está perto de conseguir produzir uma vacina contra vários tipos de gripe que atua durante vários anos.

Na notícia avançada pela «Science», os investigadores do Instituto Nacional Norte-Americano de Alergias e Doenças Infecciosas afirmam que a vacina vai começar a ser testada em seres humanos já em 2013.

Esta vacina universal difere das atualmente utilizadas pois os cientistas conseguiram encontrar uma nova abordagem para a imunização.

As atuais vacinas contra o vírus da gripe sazonal induzem a produção de anticorpos que atacam a proteína na superfície do vírus, que muda muito rapidamente e o vai tornando resistente ao tratamento.

A solução proposta pelos investigadores, que trabalharam com ratos, furões e macacos, passa por cobrir o sistema imunitário com o ADN do vírus e fortalecê-lo com uma vacina sazonal.

Dessa forma, o sistema imunitário produziu anticorpos capazes de neutralizar uma ampla gama de vírus da gripe.

A vacina mostrou-se eficaz nos vários subtipos do vírus AH1N1, incluindo o H5N1, o vírus da gripe das aves.
Agora, “será necessária mais investigação para determinar se o método funciona da mesma forma com os seres humanos”, ressalvam os investigadores.

Fonte:http://www.cienciahoje.pt/

Galinha surgiu antes do ovo

sexta-feira, julho 16, 2010

Enigma  foi desvendado por investigadores ingleses
Enigma foi desvendado por investigadores ingles

O enigma sobre o que surgiu primeiro, se o ovo ou a galinha, foi esclarecido por investigadores das Universidades de Sheffield e Warwich, no Reino Unido.

De acordo com os resultados obtidos, a galinha apareceu antes, na medida em que a formação da casca do ovo depende de uma proteína que só é encontrada nos ovários deste tipo de ave. Assim sendo, o ovo só pôde existir depois de ter surgido a primeira galinha.

A proteína em questão - ovocledidin-17 (OC-17) - atua como um catalisador para acelerar o desenvolvimento e cristalização da casca, cuja estrutura rígida é necessária para abrigar a gema e os seus fluidos de protecção, enquanto o pinto se desenvolve.

Nesta investigação foi utilizado um super computador – HECToR - para visualizar de forma ampliada a formação de um ovo. Este indicou que a OC-17 é fundamental no inicio da formação da casca, pois transforma o carbonato de cálcio em cristais de calcita, que compõem a casa do ovo.

Segundo Colin Freeman, do Departamento de Engenharia Material da Universidade de Sheffield, "há muito tempo que se suspeita de que o ovo surgiu primeiro, mas agora há provas científicas de que a galinha foi sua precursora."

John Harding, outro cientista da mesma universidade, considera que o estudo poderá servir como base para outras investigações. "Entender como funciona a produção da casca de ovo é interessante, mas também pode ser uma pista para a concepção de novos materiais e processos", referiu.

Fonte:http://www.cienciahoje.pt/

Moderar o stress para combater doenças oncológicas

domingo, julho 11, 2010

Testes em roedores fazem acreditar em possíveis tratamentos neurológicos para o cancro

O stress em dose moderada pode fazer bem ao corpo, ajudando até a lutar contra o cancro, anuncia um estudo de investigadores dos Estados Unidos e da Nova Zelândia divulgado hoje na revista científica Cell.

Experiências realizadas em roedores mostraram que os animais submetidos a situações de stress, até mesmo em situações de luta, conseguiram combater melhor o cancro do que outros ratos num ambiente tranquilo, o que, de acordo com os investigadores, aponta possíveis tratamentos neurológicos para o cancro.

“A forma como vivemos pode muito bem ter um impacto muito maior no prognóstico do cancro do que até agora se reconhecia”, afirmou o neurocientista Matthew During.

A equipa de cientistas injectou melanoma - o cancro de pele mais mortal - nos ratos e deixou o tumor desenvolver-se. Alguns dos animais foram colocados numa gaiola espaçosa, com muitos brinquedos e muito mais ratinhos do que é normal. Outros foram deixados em gaiolas comuns de laboratório.

Três semanas depois do início da experiência, os tumores tinham-se reduzido quase para metade nos animais deixados na gaiola considerada com mais estímulos. Depois de sete semanas, a redução foi de 77 por cento.

Sem qualquer tratamento, a doença desapareceu em 17 por cento desses ratos, enquanto nos animais que permaneceram nas gaiolas comuns o cancro continuou a crescer normalmente.

Os investigadores acreditam que a estimulação desenvolveu stress moderado nos ratinhos, o que terá levado à libertação de hormonas que tiveram efeitos positivos em relação ao cancro. Deste modo, embora geralmente se diga que o stress é pouco saudável, a equipa de Matthew During acredita que a resposta do corpo a situações stressantes é complexa.

Segredo não está no exercício

Para demonstrar que os benefícios não foram provocados por exercício físico, os ratos nas gaiolas comuns tiveram rodas de corrida, tendo praticado três vezes mais exercício do que os animais na gaiola colectiva.

Os investigadores revelaram que os ratos do ambiente onde foi induzido algum stress produziram uma substância adicional do cérebro denominada factor neurotrófico - um estimulador da produção de neurónios que reduz a leptina, hormona associada ao apetite e ao melanoma, cancro da mama e da próstata.

Embora a leptina e o próprio melanoma tenham efeitos diferentes nas pessoas do que nos ratos, os cientistas julgam que os resultados desta experiência ajudarão a descobrir mecanismos ligados ao cancro nos seres humanos.

Fonte:http://www.cienciahoje.pt/

Descobertos anticorpos que podem impedir infecção por HIV

sábado, julho 10, 2010

Estudo de investigadores norte-americanos é publicado hoje na revista Science

Anthony Fauci, director do Instituto de Alergias e  Doenças Infecciosas norte-americano
Anthony Fauci, director do Instituto de Alergias e Doenças Infecciosas norte-americano
Investigadores do Instituto Nacional de Saúde norte-americano descobriram dois anticorpos capazes de bloquear, em laboratório, a maior parte dos tipos de vírus da imunodeficiência humana (VIH), abrindo caminho a uma vacina eficaz contra a sida. O estudo é hoje publicado na revista «Science».

Mais de um quarto de século sobre a identificação do VIH, responsável por 30 milhões de mortos em todo o mundo, a procura de uma vacina contra a infecção continua a ser uma constante.

De acordo com os autores do trabalho, os dois anticorpos descobertos – VRCO1 e VRCO2 – mostraram um elevado potencial a impedir a infecção de células humanas para 90 por cento das variedades de VIH em circulação. Os investigadores demonstraram também o mecanismo biológico pelo qual os anticorpos bloqueiam o vírus.

“A descoberta destes antigenes com poderes excepcionais na neutralização do VIH e a análise à forma como eles operam representam avanços que vão acelerar os nossos esforços para descobrir uma vacina capaz de proteger de forma abrangente contra o vírus da sida”, explica Anthony Fauci, director do Instituto de Alergias e Doenças Infecciosas norte-americano, que co-dirigiu as equipas de investigação.

Num comunicado citado pela agência noticiosa France Presse, o responsável salientou que a técnica usada pelas equipas de investigação para descobrir estes anticorpos “representa uma nova forma de abordagem que pode ser aplicada à concepção ou ao desenvolvimento de vacinas contra outras doenças infecciosas”.

Os virologistas descobriram estes anticorpos produzidos naturalmente pelo organismo no sangue de um seropositivo. Conseguiram depois isolá-los através de um novo instrumento molecular.

Após esta descoberta, os investigadores começaram a desenvolver os componentes de uma vacina que pode ensinar o sistema imunitário humano a produzir grandes quantidades de anticorpos semelhantes aos anticorpos VRCO1 e VCRO2.

Artigo: Rational Design of Envelope Identifies Broadly Neutralizing Human Monoclonal Antibodies to HIV-1

Células estaminais têm potencial anti-cancerígeno

sábado, julho 03, 2010

Testes realizados em animais com resultados positivos

Matriz extracelular das células estaminais inibe  crescimento de tumores
Matriz extracelular das células estaminais inibe crescimento de tumores
Um estudo publicado na revista Cancer Letters revelou que as células estaminais mesenquimais do sangue do cordão umbilical conseguem inibir o crescimento de células tumorais metastáticas em tumores agressivos.
De acordo com os autores, a matriz extracelular (proteínas e polissacarídeos secretadas) das células que são obtidas a partir do sangue do cordão umbilical induz nos tumores um aumento dos níveis de uma proteína com efeitos anti-tumorais. Simultaneamente, esta matriz promove a secreção de um outro factor que suprime uma via de sinalização celular muito importante na formação do
cancro.

Nesta investigação, células tumorais de um cancro da mama foram expostas durante dois dias a células estaminais mesenquimais do sangue do cordão umbilical, tendo depois sido injectadas em fêmeas de ratos. Passados 43 dias, os volumes dos tumores no grupo tratado com células estaminais eram significativamente menores do que nos animais do grupo de controlo, tendo sido demonstrada a inibição do crescimento das células cancerígenas e da progressão do tumor.

Células tumorais e micro-ambiente


O cancro é uma doença complexa, na qual existe uma relação dinâmica entre as células tumorais e o micro-ambiente que as envolve. Nos tumores existem células estaminais cancerígenas que têm algumas características em comum com as normais.

Ambos os tipos de células estaminais são profundamente influenciados pelos respectivos micro-ambientes envolventes, o que dita o seu destino celular e comportamento. A compreensão do efeito inibitório do micro-ambiente das células estaminais mesenquimais pode vir a permitir o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas de combate ao cancro.

David Ferreira, responsável médico da Crioestaminal, afirma que “trata-se de um trabalho de investigação que vem clarificar a relação entre algumas substâncias da matriz extracelular, produzidas por células estaminais mesenquimais, com potencialidades inibitórias do crescimento tumoral, podendo assim contribuir na definição de novos alvos terapêuticos no tratamento do cancro.”

Fonte:http://www.cienciahoje.pt