Testes em roedores fazem acreditar em possíveis tratamentos neurológicos para o cancro
O stress em dose moderada pode fazer bem ao corpo, ajudando até a lutar contra o cancro, anuncia um estudo de investigadores dos Estados Unidos e da Nova Zelândia divulgado hoje na revista científica Cell.
Experiências realizadas em roedores mostraram que os animais submetidos a situações de stress, até mesmo em situações de luta, conseguiram combater melhor o cancro do que outros ratos num ambiente tranquilo, o que, de acordo com os investigadores, aponta possíveis tratamentos neurológicos para o cancro.
“A forma como vivemos pode muito bem ter um impacto muito maior no prognóstico do cancro do que até agora se reconhecia”, afirmou o neurocientista Matthew During.
A equipa de cientistas injectou melanoma - o cancro de pele mais mortal - nos ratos e deixou o tumor desenvolver-se. Alguns dos animais foram colocados numa gaiola espaçosa, com muitos brinquedos e muito mais ratinhos do que é normal. Outros foram deixados em gaiolas comuns de laboratório.
Três semanas depois do início da experiência, os tumores tinham-se reduzido quase para metade nos animais deixados na gaiola considerada com mais estímulos. Depois de sete semanas, a redução foi de 77 por cento.
Sem qualquer tratamento, a doença desapareceu em 17 por cento desses ratos, enquanto nos animais que permaneceram nas gaiolas comuns o cancro continuou a crescer normalmente.
Segredo não está no exercício
Para demonstrar que os benefícios não foram provocados por exercício físico, os ratos nas gaiolas comuns tiveram rodas de corrida, tendo praticado três vezes mais exercício do que os animais na gaiola colectiva.
Os investigadores revelaram que os ratos do ambiente onde foi induzido algum stress produziram uma substância adicional do cérebro denominada factor neurotrófico - um estimulador da produção de neurónios que reduz a leptina, hormona associada ao apetite e ao melanoma, cancro da mama e da próstata.
Embora a leptina e o próprio melanoma tenham efeitos diferentes nas pessoas do que nos ratos, os cientistas julgam que os resultados desta experiência ajudarão a descobrir mecanismos ligados ao cancro nos seres humanos.
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