O Sol observado ao pormenor

sábado, abril 24, 2010

Observatório Dinâmico Solar, da NASA,
permitirá conhecer melhor a nossa estrela



Lan
çado pela NASA no passado mês de Fevereiro, o Observatório Dinâmico Solar (SDO) já está a enviar imagens do Sol. Estas confirmam a capacidade que o dispositivo tem para revelar novas informações acerca dos processos dinâmicos da nossa estrela. Algumas das imagens mostram explosões solares com um detalhe nunca antes conseguido. O SDO fez também a sua primeira medição em alta definição de explosões solares com uma ampla gama de comprimentos de onda ultravioletas.

Os investigadores da NASA – Agência Espacial Norte-Americana acreditam que o SDO vai mudar o que se sabe sobre o Sol e de que modo os seus processos podem afectar a vida na Terra. “Esta missão vai ter um grande impacto na ciência, semelhante ao que teve o Telescópio Espacial Hubble”, diz em comunicado Richard Fisher, um dos responsáveis pelo projecto.

O SDO, que foi lançado em 11 de Fevereiro de 2010, vai ter uma missão de cinco anos. Durante esse tempo analisará o campo magnético do Sol e proporcionará uma melhor compreensão acerca papel do Sol na química da atmosfera da Terra e no clima.

O observatório fornecerá imagens com dez vezes mais pormenor do que a televisão de alta definição e enviará dados mais abrangentes e com mais rapidez do que qualquer outra sonda solar.

Fonte:http://www.cienciahoje.pt/

Quem envia sinais de rádio a partir da galáxia M82?

sexta-feira, abril 23, 2010

Investigadores desconhecem objeto que emite ondas nunca antes observadas em todo o Universo


Galáxia  M82 (Crédito: NASA, ESA e The Hubble Heritage Team)
Galáxia M82 (Crédito: NASA, ESA e The Hubble Heritage Team)
Algo estranho está a passar-se nas proximidades da nossa galáxia. A menos de 12 milhões de anos-luz da Via Láctea, um misterioso objecto começou a emitir ondas de rádio, numa forma que era desconhecida até ao momento em todo o Universo.

Os astrónomos questionam-se sobre o que pode estar a causar as estranhas emissões, mas a verdade é que estes sinais não são compatíveis com nenhum dos fenómenos conhecidos.

Segundo os cientistas, a resposta mais plausível terá a ver com a própria galáxia onde se encontra o estranho emissor. A M82 é, de facto, uma starburst galaxy, ou em português, uma galáxia de explosão estelar, na qual a taxa de nascimento de estrelas é muito superior a uma galáxia normal.


Por este motivo, a M82 é até cinco vezes mais brilhante que a Via Láctea. No entanto, e após um ano de intensas observações, a realidade é que ninguém sabe ainda explicar a razão das microondas.

“Não sabemos o que é”, afirma Tom Muxlow, do Centro de Astrofísica Jodrell Bank, na Grã-bretanha, e co-descobridor deste fenómeno.

Velocidade mais rápida do que a luz

A estas características insólitas junta-se mais uma também surpreendente: a velocidade aparente do objecto é quatro vezes superior à da luz, ou seja, um milhão e duzentos mil quilómetros por segundo.

Sala de controlo do Centro de Astrofísica Jodrell Bank
Sala de controlo do Centro de Astrofísica Jodrell Bank
Até então, essas classes de velocidades supraluminais tinham sido apenas observadas em fluxos de matéria que expelem alguns dos maiores buracos negros do Universo.

“O novo objeto, que apareceu em Maio de 2009, deixou-nos a pensar. Nunca tínhamos visto nada sequer parecido”, assegura Muxlow.

Brilho intenso e constante

Desde essa data, os investigadores têm estudado algumas das características da galáxia. Por exemplo, a rotação e o brilho: “O objecto gira muito rapidamente, uma vez a cada poucos dias e o brilho não dá sinais de atenuar desde que foi detectado”, explica o cientista.

Estes dados descartam a possibilidade de o objecto ser uma supernova, algo considerado habitual em galáxias como a M82. Se assim fosse, o objecto brilharia em longitudes de onda de rádio durante apenas algumas semanas para depois ir apagando-se em poucos meses − o que não está a acontecer a este objecto, cujo brilho permanece constante.

O objecto, ainda sem nome, foi descoberto casualmente enquanto a equipa de Muxlow estudava uma explosão estelar na M82, utilizando a rede de radiotelescópios britânica MERLIN. Os cientistas depararam-se com um potente emissor que, ao contrário das supernovas não se apagava lentamente, mas que mudava de intensidade de brilho ao longo de todo o ano, mantendo um espectro constante.

Imagem rádio da M82 através da MERLIN. Captada entre 25 de Abril e 3  de Maio de 2009, demonstra  a aparição súbita do misterioso objecto
Imagem rádio da M82 através da MERLIN. Captada entre 25 de Abril e 3 de Maio de 2009, demonstra a aparição súbita do misterioso objeto


Os restos de uma explosão de estrelas

O objecto em questão não esta próximo do centro do M82, onde o grande buraco negro central pode expulsar matéria a velocidades aparentemente similares, mas encontra-se na sua periferia, onde esta classe de fenómenos relativistas não é de todo possível.

Existem poucas possibilidades que expliquem a existência do objecto. Uma delas é que se trate de um pequeno microquasar, ou seja, o restante de uma explosão de uma estrela massiva, um pequeno buraco negro ou uma estrela de neutrões de entre dez a vinte massas solares que começa a alimentar-se de uma outra.

Os microquasares emitem ondas de radiofrequência, mas nenhum dos anteriormente observados o faziam com intensidade detectada no M82.

Alem disto, os microquasares emitem também raios X, mas o misterioso objecto permanece em silêncio absoluto nessas longitudes de onda.

Corpos densos numa galáxia especial

Poderá tratar-se de um megamicroquasar? Muxlow não se atreve a afirmar tal coisa e prefere não arriscar até possuir mais dados. Para o investigador, a melhor explicação é que esta estranha fonte de rádio é alguma classe de corpo muito massivo e denso, talvez um buraco negro numa estrutura pouco habitual.

Impressão artística de um microquasar
Impressão artística de um microquasar
Como a M82 é uma galáxia com uma elevada taxa de formação estelar, pode ser que essa característica lhe permita a existência de tais objectos, desconhecidos nas outras galáxias.

“Acabamos de começar a processar os dados da região central da M82 procedentes de vinte radiotelescópios de todo o mundo. Essas imagens vão permitir-nos examinar a estrutura da nova fonte de rádio com mais detalhe. De qualquer modo, processar uma quantidade tão grande de dados será um trabalho árduo e penoso”
, afirma Muxlow que conclui: “Só depois poderemos dizer efectivamente se se trata ou não de uma forma rara de microquasar” ou de algo novo e completamente desconhecido até ao momento.

Fonte:http://www.cienciahoje.pt/

Um embrião com três pais

quinta-feira, abril 22, 2010

Duas mulheres e um homem envolvidos na concepção podem ajudar a evitar doenças


Técnica através da fertilização in vitro para evitar  doenças
Técnica através da fertilização in vitro para evitar doenças
A última descoberta da fecundação in vitro é o transplante de DNA − uma técnica que utiliza óvulos de duas mulheres e esperma de um homem para conceber embriões sem doenças graves.

Para ter um filho saudável pode não bastar apenas um óvulo e um espermatozóide. Nas famílias em que há incapacidades como a distrofia muscular ou a ataxia cerebral, de geração em geração, a solução poderia passar por submeter-se a um novo procedimento que permite eliminar essa herança imperfeita em laboratório.


Cientistas da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, demonstraram que é possível criar embriões humanos saudáveis a partir de material genético de duas mulheres e um homem. A investigação, publicada na mais recente edição da Nature, poderá estar disponível nas clínicas de reprodução assistida dentro de três anos

A técnica foi pensada para evitar a transmissão de doenças mitocondriais, um grupo de 150 patologias não muito frequentes, mas devastadoras. São doenças que causam demência, cegueira, distúrbios no sistema nervoso e nos órgãos vitais como no coração ou nos rins. Transmitem-se por via materna, através do DNA que existe nas mitocôndrias, fora do núcleo do óvulo.

Estas estruturas estão em todas as células do organismo, excepto no sangue. As mitocôndrias são responsáveis pela produção da energia necessária à vida. Uma característica única destes organelos celulares é que o seu próprio DNA é procedente da mãe.

Mitocôndrias a vermelho e núcleo a azul
Mitocôndrias a vermelho e núcleo a azul
Para evitar a transmissão dessa carga genética, que pode transportar doenças, a nova técnica baseia-se num “transplante de mitocôndrias” ao embrião. Através da fecundação in vitro, extraem-se os núcleos dos espermatozóides do pai e o óvulo da mãe, que contêm o DNA dos pais, onde as mitocôndrias defeituosas não entram. Os núcleos são implantados posteriormente no óvulo de uma mulher saudável, sem o núcleo mas com as suas mitocôndrias.

Mudar a bateria

“O que fazemos é como mudar a bateria de um computador. Com a entrada de energia necessária, funciona correctamente e a informação do disco duro não se altera”, explica Doug Turnbull, responsável pela investigação.

As mitocôndrias não levam informação genética que define as características de uma pessoa. Deste modo, os bebés que nasçam através deste procedimento vão ser parecidos com os seus pais ‘reais’. Na sua concepção tiveram elementos genéticos de três pessoas, mas apenas o DNA nuclear dos seus pais terá influência na sua aparência física e noutras características gerais.

Com este processo, já se criaram 80 embriões viáveis que não se implantaram em nenhuma mulher. Mantiveram-se com vida em laboratório durante oito dias, até que alcançaram o estágio blastócito. Entretanto foram destruídos, como manda a legislação britânica.

A técnica não deixa de ser polémica porque supõe a manipulação do embrião e contém genes de três progenitores: do pai, da mãe mais um pequena adição de DNA mitocôndrial da doadora.

Fonte: http://www.cienciahoje.pt/

Cientistas apresentam antepassado da barata em 3D

sábado, abril 17, 2010

Estudo publicado na «Biology Letters» permite perceber algumas características até agora desconhecidas deste insecto

A partir de um exemplar fossilizado de um Archimylacris eggintoni, antepassado das baratas, das térmitas e do louva-a-deus, com 300 milhões de anos, uma equipa de cientistas do Imperial College de Londres concebeu um modelo detalhado em 3D. Esta simulação permitiu aos cientistas perceberem algumas das características deste insecto, um dos mais comuns do período Carbonífero.O estudo foi hoje publicado na «Biology Letters».



O estudo levado a cabo pelos investigadores Russell Garwood e Mark Sutton revela que o Archimylacris eggintoni, com nove centímetros de comprimento e quatro de largura, tinha um alto grau de adaptação ao seu meio ambiente.

Os investigadores criaram as imagens utilizando um dispositivo de exploração por tomografia axial computorizada (TAC), existente no Museu de História Natural de Londres, o que permitiu fazer mais de três mil radiografias do fóssil.

Estas foram posteriormente compiladas num modelo 3D pormenorizado permitindo observar partes do seu corpo nunca antes vistas, como as antenas ou a boca.

De referir que estes cientistas, utilizando a mesma técnica, apresentaram o ano passado um modelo 3D de Cryptormartus hindi e Eophynus prestvicii, antepassados das aranhas do mesmo perído.

Fonte:http://rsbl.royalsocietypublishing.org/content/early/2010/04/08/rsbl.2010.0199.abstract?sid=df200009-2cdc-4907-af40-08c3e0f4feb5

Nanorobótica terá mais impacto na saúde do que na informática

sexta-feira, abril 16, 2010

Produzir célular artificiais pode ser possível

A nanorobótica terá grande importância para a informática e para a electrónica, mas o seu “maior impacto será na biologia e na saúde”, prevê o cientista luso-americano Aristides Requicha.

O cientista, que ontem proferiu uma conferência em Coimbra, acredita que “a Internet se vai transformar num sistema gigante de robótica distribuída”, em que, além de “aceder à informação”, também será possível “actuar no mundo físico e ver o que está a acontecer”.

Nessa altura, “para se ter uma boa informação acerca do que acontece no mundo” serão, no entanto, necessários “sensores, motores e outras coisas, todas ligadas numa rede enorme”, sustenta.


Tais sensores vão ter de ser “muito pequenos - micro ou nano -, para serem práticos”, adverte o especialista de origem portuguesa, residente nos Estados Unidos desde a década de 70, onde dirige o Laboratório de Robótica Molecular da Universidade de Southern Califórnia.

Saúde e biologia

A electrónica e a informática sofrerão, com a nanotecnologia, “alterações profundas, mas a sua influência será ainda maior na biologia e na saúde”, afirma.

Sensores vão ser muito pequenos
Sensores vão ser muito pequenos
Mas antes é necessário, por exemplo, que “sejamos capazes de fazer células artificiais” e isso ainda “levará tempo”, embora “agora já se esteja numa fase de contacto íntimo entre células naturais e as artificiais”, que ainda estão longe da fórmula pretendida.

Aristides Requicha não tem, contudo, dúvidas de que “na questão da saúde há, nesta área, potencialidades enormes”, embora ainda estejam “muito longe de ser realizadas”.

“O que existe actualmente são drogas, remédios dirigidos especificamente a certas células”
e continuam por identificar quais as células que padecem de males, como, por exemplo, de cancro.

Importante é, por isso, “perceber melhor o que está a biologia a fazer”, diz Aristides Requicha, que falava depois da conferência que proferiu, esta tarde, no Instituto de Sistema de Robótica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.

Entender as células


“Quando soubermos melhor o que está a acontecer, o que é uma célula está a dizer à outra ou porque é que uma célula resolve suicidar-se, ultrapassamos certos problemas
”, porventura “determinantes”.

Aristides Requicha, cientista luso-americano
Aristides Requicha, cientista luso-americano
“Faltam ainda muitas descobertas”
, mas “estamos a dar passos animadores”, afirma o cientista.

A questão da saúde também será uma das preocupações do Laboratório Internacional Ibérico de Nanotecnologia, em Braga, disse Aristides Requicha, membro do Conselho Científico desta instituição que foi inaugurada no final do ano passado.

Fonte:http://www.cienciahoje.pt/